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Charadistas com História

Charadistas com História

DINO AVLIS

DINO AVLIS 

              Bernardino Pereira da Silva, nasceu a 10 de Junho de 1927 em Guimarães, numa das suas mais típicas ruas, a de D. Diniz, da freguesia da Oliveira. Foi o quarto filho de Manuel do Carmo Silva e Maria Pereira da Cunha, tendo falecido a 23 de Novembro de 2001. Casou com Luísa de Oliveira, natural de Stª Maria de Arões em Fafe.

              Adquiriu na altura o Quarto Ano de Escolaridade, destacando-se logo na disciplina de Português, dominando a arte de bem ler e escrever. Muito cedo porém, na sua adolescência, teve necessidade de exercer diversas profissões, sendo a de maior duração, a de operário, numa serração em Guimarães. Finda a sua carreira militar, retornou ao seu trabalho ainda que por pouco tempo, uma vez que a empresa na altura, encerrou depois de um violento incêndio. Após isso, profissionalizou-se no novo ramo da metalurgia, como Picheleiro, profissão que o acompanhou durante longos anos até à reforma. Em 1941, cumpriu o serviço militar como Fuzileiro Naval, pelo período de quatro anos, onde, entre outros locais na Ásia, esteve no Quartel Militar da Marinha em Macau.           

              Nas suas amizades e convívio de jovem, teve a oportunidade de conviver com algumas pessoas, então ligadas ao Charadismo. É pois, através do Confrade Lusbel (Joaquim Garcia), que se inicia no Charadismo muito cedo, logo a partir dos seus 25 anos onde é baptizado com o pseudónimo de DINO AVLIS.             No inicio dos anos 50 já fazia parte integrante do futuro NEV (Núcleo Enigmístico Vimaranense) como um dos seus elementos fundamentais, juntamente com Lusbel, Odanair, Neru-Latino (Laurentino) Dom Diniz e Tirone Pobre. O NEV (Núcleo Enigmistico Vimaranense) é apenas formalmente constituído em 1958. Este Grupo charadístico, desenvolveu activamente a cultura e a divulgação da Pansofia, marcando durante largos anos, uma presença firme da cidade de Guimarães no panorama charadístico do país. Eminente charadista principalmente na decifração e produção, a sua primeira participação em "O Charadista", orgão da Tertúlia Edípica, verifica-se no Nº 277 de 1955, onde participa no I Cerco do Porto, quer individualmente quer em grupo com o NEV.

              A partir de 1955 assume a Direcção da secção charadística "Tribuna Recreativa" no jornal "O Conquistador" que orienta até fins de 1960. A partir deste ano orienta a mesma secção, mas no jornal "Colina Sagrada". Nos inícios de 1964, no Boletim Paroquial "Voz de Creixomil", cria uma pequena secção de palavras cruzadas e charadismo designada "Aprenda...Brincando" onde iniciou a publicação do " 1º Torneio Normal", destinada apenas a angariar novos cultores. Nos fins dos anos 90, cria com o confrade Odanair a RUSGA MINHOTA, intrépido duo, unicamente para participação nas secções e revistas brasileiras.

              Grande parte da sua vida foi dedicada ao Charadismo, tendo inclusivé elaborado vários extractos e múltiplos auxiliares charadísticos que compartilhava com o Grupo. Esteve presente na maioria de todos os convivios e festas anuais realizadas nas diversas cidades do País. Devido ao seu empenho e reconhecido mérito charadístico, recebeu múltiplos prémios durante a sua actividade. Deste confrade, foram de salientar principalmente, a sua nobreza de carácter, a intrínseca humildade e o grande valor que atribuía à amizade, sem esquecer a sua grande dedicação ao Charadismo.

 

 

                         Charada Enigmograma publicada em Junho de 1960 em " O CHARADISTA" Nº 309

 

 

Ao meu compadre Jónio e aos 15 dias do João

"MORREU o meu filhinho, o Joãozinho.

Seu corpo está inerte, já sem vida,

Mas em sua face bela e dolorida

Ainda brilham dois sóis. O meu filhinho

 

Deixa ficar deserto o doce ninho,

Que está ali, a um canto, e já perdida

A esperança de o embalar. Que triste vida!

Morreu o meu lindo filho, o Joãozinho.

 

Sinto que me rebenta o coração,

Nesta luta insana de paixão,

Por ver-te já partir, anjo de Deus!

 

Oh ave implume, flor inda em botão,

Quando abraçares o Pai da Mansidão,

Acena-me do céu, num breve ADEUS!" – 4 (-1,3) 2

 

Sol: Caíu